Comercialização de créditos de carbono

Desde que a negociação das compensações de carbono começou, a soma dos projetos voluntários certificados ajudou a reduzir, sequestrar ou evitar cerca de 440 MtCO2e, quantidade equivalente ao consumo de mais de 1 bilhão de barris de petróleo.

Os setores que mais movimentam o mercado são energia movida a combustíveis fósseis (128 MtCO2e), manejo de terra e florestas (95 MtCO2e), processos químicos e indústria (63 MtCO2e), energia renovável (62 MtCO2e) e uso de recursos hídricos (57 MtCO2e).

Projetos voluntários de carbono existem em 83 países atualmente e podem ser negociados livremente dentro do mesmo país ou entre países diferentes.

A maior parte das transações de créditos de carbono são operadas na Ásia (39%) e América do Norte (26%); Índia, China e Estados Unidos, respectivamente, são os líderes globais. O Brasil é responsável por cerca de 5% do volume de transações e aparece na quinta posição global, atrás da Turquia.

No mercado regulado, os créditos MDL são certificados pela via de uma metodologia definida na Conferência de Quioto, sob o guarda-chuva da ONU.

No mercado voluntário, os créditos REDD são certificados por diferentes sistemas; os mais aceitos pelos negociadores são o Verified Carbon Standard (VCS), que é técnico e apresenta requisitos e metodologias para a geração dos créditos e o Climate, Community & Biodiversity (CCB), que é sobre valor e adiciona um padrão que demonstra as qualidades de co-benefícios do projeto.

Também contamos com o CBio, que faz parte da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), que pode ser considerado o principal ativo para a redução das emissões de gases que intensificam o efeito estufa. Cada crédito representa uma tonelada de CO2 que deixou de ser emitida.

Entre os vários padrões exigidos por estas certificações, quatro aspectos são os mais importantes, o projeto precisa ser:

1) real: fornecer evidências que, de fato, recupera ou evita emissões;

2) suplementar: garantir que seus efeitos dependam da atividade do projeto;

3) mensurável: produzir medição de seus resultados com precisão;

4) verificável: estar aberto para auditoria externa neutra.

No Brasil, o destaque é o estado do Acre, que em 2010 assinou um acordo com estado norte americano da Califórnia para o fornecimento de créditos REDD.

As principais metas assumidas pelo governo brasileiro são a redução de 43% nas emissões de gases de efeito estufa até 2030 e a recuperação de 12 milhões de hectares de floresta até o mesmo prazo, uma área equivalente ao território do Amapá.